19 de nov. de 2009

Chile


Em El Calafate embarcamos em um ônibus e em três horas de viagem já chegamos ao território chileno. Hora de encarar mais uma fronteira, assinar mais um formulário, descobrir mais um país, conhecer novas pessoas, principalmente com a amabilidade e cordialidade dos chilenos. 

Pra falar a verdade eu detesto passar por fronteiras e policiais, não que esteja algo de errado comigo mas, inconscientemente a situação já me da um desconforto enorme, porém, de toda America do sul os policias chilenos são os mais simpáticos e sorridentes, exceto a senhorinha do ministério da saúde chilena que usava máscaras por conta da gripe suína ou por causa do "alvoroço" sobre a gripe. Que pelo menos três vezes me perguntou em que região brasileira eu morava. Eu garanti que vivia bem ao norte e logo ela tinha os olhos mais tranqüilos e a expressão de que nós não seriamos uma ameaça a saúde publica chilena. Talvez se eu dissesse que morava no sul do Brasil, antes de entrar no Chile eu teria que passar por alguma avaliação médica. Coitada!!! Nem sabia ela que estivemos em lugares com a situação bem pior do que a do Brasil em relação à gripe suína.
Depois de responder todas as perguntas nosso primeiro destino no Chile é Puerto Natales. Um cidadezinha com casa com um estilo de casas bem antigas inglesas, feitas de madeira, o chão completo de tapetes e os banheiros (que particulamente eu detesto) bem pequenos e com umas minis banheiras de plástico. Minha mente que é um pouco apavorada me fazia pensar o tempo inteiro como seria se uma daquelas casas pegassem fogo?! Acho que em 3 minutos tudo se tortaria pó.



Puerto Natales parece uma cidadezinha quase no meio do nada e pra completar quase no “fim do mundo”, ou seja, no sul do mundo.
Natales além de ser nossa porta de entrada no Chile era onde teríamos a possibilidade para fazer um trekking em Torres Del Paine, idéia essa que acabamos desistindo com medo que eu não pudesse resistir a tanto frio e levando em conta de que não tínhamos muito tempo em terras chilenas. 
Na esperança de ver o famoso pôr-do-sol nas Torres, fizemos um tour de carro, e assim também poderíamos chegar mais próximo delas. Infelizmente neste dia não fomos agraciados com um belo fim de tarde e ao contrário disso, haviam muitas nuvens que faziam questão de cobrir o sol, e passou todo o dia nos ameaçando de mandar muuuuita chuva. Quando você chega a Puerto Natales todos os moradores vão te falar que você precisa ver o pôr-do-sol nas Torres, que é uma coisa incrível, mas eles esquecem de te avisar que isso é raro, já que lá o sol não costuma aparecer com muita freqüência, embora não houvesse o sol, as paisagens são lindas durante todo o trajeto até chegar ao mirador. Como não podia ser diferente já que você esta na Patagônia por todo os lado que você olha vê um monte de belas montanhas nevadas. 

 
 
Na parada para o almoço recebemos a visita ilustre de um zorro bem espertinho que já sabe o horário que os turistas chegam e aproveita pra fazer uma “boquinha” também.

De Puerto Natales, fomos conhecer a capital e lá fomos recebidos com muuuita chuva, impossível de passear, esperamos um dia trancados no hostal a espera que o temporal diminuísse e nada, então no dia seguinte embarcamos rumo ao litoral. 
Pichilemu foi o lugar escolhido para passarmos os nossos últimos três dias no continente americano. A praia é linda apesar de o clima não ser muito favorável para dar um mergulho,  é muito bonito ver os barcos dos pescadores chegarem do mar cheios de peixes com um monte de pássaros os rodeando. Mesmo com o frio que faz por aquelas terras tem pessoas como o Carles que se arrisca a entrar no mar para encarar suas boas ondas.


 Na verdade os dias em Pichilemu foram um pouco tensos, estávamos eufóricos e ansiosos, porque dentro de pouco iríamos mais uma vez viajar. He, mas agora é um pouco diferente. Diferente e distante, ansiosos para entrar na caravana que já alugamos e deverá estar nos esperando no aeroporto de Auckland, para 20 dias em um mundo novo que não sabemos o que nos espera.
Passamos três dias organizando nossas coisas limpando tudo fazendo e desfazendo mochilas, um ansiedade imensa, quase com no dia 15 de fevereiro de 2009 quando colocamos as mochilas nas costas pela primeira vez. Na verdade ainda não sabemos bem explicar porque tanta euforia, talvez porque agora estamos indo pra mais longe de casa, porque cada vez a distância vai aumentado. 
Mas uma vez vamos cruzar o oceano pra descobrir novos mares!!! Oceania lá vamos nós!