26 de set. de 2009

Bolivia



Saimos de Puno, Peru e em apenas três horas de viagem chegamos a Copacabana, não! Não chegamos ao Brasil e sim na Copacabana boliviana. Copacabana é um povoado que da acesso as ilhas do Sol e da Lua que ficam ainda no lago Titikaka.



Na parte boliviana as ilhas já não são flutuantes, mas são muito bonitas, rodeadas de montanhas nevadas e a água do lago super azulada, que nos permite 3 horas de uma caminhada com pelas paisagens.


 
 

A ilha do sol carrega consigo as marcas da cultura inca e seus habitantes também, eles só falam quéchua, alguns aprendem espanhol para facilitar e incentivar a vida dos turistas. Lá aprendemos mais um pouco sobre a cultura inca e caminhamos o dia inteira apreciando a bela paisagem.


 
Agora sejam bem vindos capital boliviana, La Paz. A mais desorganizada e caótica capital sul-americana que conheci. Nas ruas os pedestres disputam espaço com os carros que também competem com os vendedores ambulantes. Chegamos por volta das meia noite e mesmo assim tivemos que visitar pelo menos quatro hotéis ate encontrarmos um que estivesse em condições razoáveis para passar uma noite. Todos são super velhos e os atendentes nada simpáticos. 



 
 

A partir de La Paz descobrimos que papel higiênico pode ser algo de muito luxo em um hotel, em quase nenhum possui papel higiênico nos banheiro, e se a caso você precisar não precisa se deslocar muito porque tem gente vendendo por todas as partes das ruas. Água quente no banho também era uma coisa quase impossível, e olhe que lá fazia um frio horrível. Não adianta reclamar que eles sempre terão uma esculpa pra dizer que a culpa é sua a falta da água quente, talvez você tenha demorado no banho, ou talvez você demorou entrar.Passamos um dia na Capital e já foi o suficiente para sair de lá o mais rápido possível.


Em La paz pegamos um ônibus para Oruru. Essa viagem será lembrada para sempre. Durante o caminho passamos por lugares onde as temperaturas eram baixíssimas chegando ate -14 graus. Por nossa “sorte” o ônibus estava com o aquecedor quebrado e as estradas eram horríveis. Nós e todos os turistas do ônibus passamos a noite inteira acordados, o frio era tanto que teve momentos que não era possível sentir ao menos meus pés. Eu e Carles quase entravamos um dentro do outro tentando uma forma de se aquecer e nada. Foi a noite mais agonizante da viagem até agora, pensei que não fosse chegar nunca. 




Quando finalmente chegamos contratamos um tur de três dias, para visitar acredito eu que o lugar mais procurado pelos turistas que vão a Bolívia, Solar de Yiuni, Com já se diz o Solar é o maior deserto de sal do mundo, tem mais de 240 km e com 10 metros de profundidade. Eu nunca imaginei que poderia caminhar em cima de uma quantidade enorme como essa de sal, as vistas são impressionantes, um verdadeiro deserto de sal.


 
 
No solar dormimos em um hotel de sal, é isso mesmo, completamente de sal, as paredes, chão, mesas, camas... Tudo muito simples e não muito bonito, mas a idéia de dormi lá era agradável.




No dia seguinte, seguimos viagem em direção a lagoa colorida, parte do caminho se assemelha com o sertão nordestino, só que rodeado de montanhas nevadas e logo encontramos a lagoa colorida e varias outras, porém, as cores quase não se podia notar, hehehe bem, no inverno faz tanto frio que as lagos congelam completamente, foi ate possível caminhar sobre algumas, em compensação podemos ver muitos flamingos passeando por lá, os coitados que conseguiram resistir ao frio e ao gelo.


 
 
 

Foram três dias incríveis e de paisagens maravilhosas, apesar do frio de doer e três dias sem tomar banho, juro que a falta de banho não foi por opção minha, mas era impossível já que o local quase não havia água e as tinham estavam todas congeladas de tanto frio.


 
 
 
Do Solar fomos visitar Potosi. O único “turistico” na cidade eram as minas por sua precariedade e más condições de trabalhos dos mineiros que trabalham de forma muito rudimentar e sem nenhuma proteção, geralmente você também pode encontrar muitas crianças trabalhando lá. 




Mesmo não gostando muito da idéia de entrar em uma mina fui ver como era. Já na entrada entrei em pânico porque as entradas são minúsculas impossível de se passar em pé, e os caminhos não era muito diferentes, tem lugares que a respiração é super difícil por conta do pó muito fino. Esse foi um passeio mais de amadurecimento pessoal e reflexão. 


 


Por conta das minas em Potosi a venda de dinamite e legalizada e você encontra a venda ate em mercearias.
A vantagem desse tour para os mineiros é que metade do valor que pagamos para as agencias vai para uma organização que usa esse dinheiro para ajudar as famílias que trabalham na mina. 


 
Por alguns imprevistos e motivos de força maior acabamos resolvendo voltar ao Brasil por algum tempo e assim atrasar um pouquinho nossa viagem. Então seguimos para a cidade de Santa Cruz para pegar o famoso trem da morte, juro que fiquei um pouco ansiosa por essa viagem, mas conclusão o trem se chama trem da morte porque muitas pessoas que trabalhavam em sua construção morreram durante o trabalho, assim como aconteceu no Brasil na construção da estrada da borracha e daí ficou conhecido como trem da morte. Essa viagem foi só pra matar a curiosidade e hoje poder dizer que andei no trem da morte, mas a viagem é horrível e desconfortável, o trem esta cheio de vendedores de tudo que você pode imaginar, livros, roupas, óculos, comidas... É um barulho enorme cada vendendo fazendo publicidade de suas mercadorias. Muitos dos que trabalham vendendo no trem são crianças, quer dizer a maioria delas são crianças. Agora aconselharia aos viajantes irem de ônibus.

9 de set. de 2009

Peru. Bem vindos a cultura milenar!


Chegamos ao Peru pela região norte. Nosso primeiro destino foi Mancora, que assim como Montanhita no Equador, também nos sentíamos em casa com o clima bem parecido ao nosso clima tropical
Mal chegamos e já podemos sentir que o país é cheio de particularidades, começando pelo transporte, os taxis são como triciclos, desses que a gente pensa que só existe na Índia. São diferente, rápidos e baratos, bem, nos passou a ser barato depois que conhecermos pessoas locais que nos avisaram de não pagar mais do que 1 sol (moeda peruana). Antes disso chegamos a pagar até 4 soles por corrida.
Mancora também é repleta de turistas, todos em busca de um lugar ao sol e muita diversão, e ainda tem os que vão à busca de suas famosas ondas. As noites de fim de semana em Mancora são bem animadas. Na primeira noite que chegamos fomos convidados para uma festa no hotel que nos hospedamos. He! Se você pensa que pode ter sossego e tranqüilidade em um hotel, esta enganado! Isso pelo menos não nos finais de semana em Mancora. Quanto à festa que fomos, é melhor eu não fazer comentários porque isso pode custar meu namoro. Só posso contar que a festa foi do biquíni e pijama. É melhor que vejam as fotos e tirem suas conclusões.

Depois de Mancora nosso segundo destino é Trujillo, de lá já podemos sentir a temperatura mais baixa e a partir daí tivemos que tirar os casacos da mochila e não abandoná-los mais por muito tempo. Em Trujillo foi onde tivemos nosso primeiro contato com a cultura milenar peruana. Claro! Ir ao Peru e não ver dessas coisas é como não ter ido.
A arquitetura de Trujillo é marcada pela colonização espanhola, que nos presenteia com prédios maravilhosos. Caminhando mais um pouquinho encontramos com as mais recentes ruínas de Chan chan e o senhor se Sipan que nem faz mais de 10 anos que foram descobertas e já se tornaram um dos mais importantes patrimônios históricos do Peru. Ainda é inexplicável como essas ruínas poderão resistir tanto tempo às ações da natureza e do homem. No fim do dia podemos apreciar um pouco da dança típica local. A marinada, é uma dança que se mistura as culturas antigas com as heranças de seus colonizadores.


De Trujillo embarcamos rumo a Lima, capital peruana, a cidade não é o lugar do país que mais nos chamou atenção, quase todos os dias da Capital são “cinzas” e de muito frio, mas ainda sim a cidade conserva muitos legados do tempo da colonização. O centro de Lima possui muitas igrejas construídas na época colonial, alguma que hoje viraram museus. Fomos visitar um desses museus, o de Santo Agostinho, e o que vimos foi muuuuuuitos restos mortais, foi uma visita um pouco assombrosa. Não diferente do Brasil, no tempo da colonização tinham pessoas que pagavam para serem enterradas no subsolo da igreja, acreditando que assim estariam mais próximos de Deus.
Lima também é muito interessante para quem gosta de compras, tem muitos artigos de casa feitos de barro no estilo Inca que caem no gosto dos turistas e não conseguem se render a tentação das compras.
Saimos de Lima e seguimos para Pacasmayo, uma aldeia de pescador muito conhecida entre os amantes dos esportes como uma das melhores ondas do mundo. Pacasmayo é quase uma colônia brasileira, por todos as partes você se depara com algum surfista brasileiro. Os dias em Pacasmayo Carles aproveitou para surfar e pegar a melhor onda de sua vida e eu passei esse tempo fazendo curso de espanhol, já que ir a praia era impossível porque fazia um frio insuportável.

De Pascasmayo voltamos a Lima para encontrarmos com mais alguns amiguinho nosso que também vão nos acompanhar por algum tempo durante a viagem (Pedro, Luis, Alberto e o Rubens.De Lima fomos para Cuzco que nos daria acesso a Machu Pichu. Cuzco é uma cidade linda, sua arquitetura é misto entre a arquitetura Inca com colonial.
Em Cuzco fui surpreendida ao escutar as pessoas locais se comunicarem, bom a esta altura eu já tinha meu espanhol um pouco mais avançado e poderia me comunicar com qualquer pessoa em espanhol sem ter problemas mas, entender os nativos para mim era impossível até descobrir que ele não falam espanhol e sim quéchua, língua que sobrevive a milhões de anos e ainda hoje vem sendo passada de geração para geração.
Quanto a bandeira que vocês iram ver não é do orgulho gay e sim a bandeira de Cuzco que um tanto que alegre.


Em Cuzco contratamos um tour para Machu Pichu. Nosso caminho até lá foi de muita aventura, a estrada é muito estreita e localizada a beira de um penhasco, nosso motorista se sentia em uma corrida de formula 1, por muito pouco escapamos de uma colisão com outro taxi e ficamos a um passo do penhasco, por nossa sorte um pouco mais a frente fomos parados pela polícia que havia recebido uma ligação do taxista avisando que o nosso motorista não conduzia de forma muito reponsável. Os policias  renderam nosso motorista até que ele se acalmar e podesse voltar a conduzir tranquilamente.
Quanto a Machu Pichu, para mim foi um pouco decepcionante, não me chamou tanta atenção e tão pouco sai de lá tão imprecionada como a maioria dos turistas, até poderia dizer que Peru tem coisas muito mais bonitas do que Machu Pichu, bem eu não estou dizendo que a grande montanha não tenha sua relevância histórica, e do mérito inca em construir uma cidade em cima de uma montanha quando eles não tinham as tecnologias que temos hoje. Machu Pichu tem seu brilho, esta cercado de montanhas que faz da paisagem muito bonita.

Saímos de Cuzco em direção a Ica, cidadezinha rodeada de dunas, dunas enormes, perfeitas para dar um passeio de buggie, mas os buggies de lá não são como os nossos, são porporcionalmente bem maiores e irreverentes. Para quem gosta de praticar sandboard é o lugar perfeito. Lá fomos visitar as Islas ballestas, conhecida como a "galapagos dos pobres". Galapagos esta localizada no Equador e possui uma grande reserva em fauna e flora, só que para você ter acesso a isso tem que desembolsar no mínimo mil dólares, por isso muitos mochileiros como nós recorrem as Islas ballestas, que para quem gosta que animais é o lugar ideal, Lá vimos cegonhas, pingüins, muitos pássaros, leão marinho e muitos golfinho. Sai de lá encantada.



De Ica fomos a Arequipa, que também é uma cidade encantadora de arquitetura colonial. Em Arequipa fomos visitar o Cañon de Colca. Ele é considerado o segundo maior abismo do mundo e lá poderíamos ver os condores, (uma das maiores aves voadoras do mundo) essas aves podem chegar a medir três metros de uma asa a outra. Aqui me parece que tudo é exagerado em tamanho, hehehehe. O caminho até o Cañon é incrível!!! As paisagens são maravilhosas. No caminho fizemos umas amigas entre elas a Marina uma brasileira e A Pavla da Republica Checa.
Depois de um dia de viagem chegamos ao topo do cañon onde os condores todos os dias dão o ar da graça. Gente, eu não sei como explicar a sensação de ver aquelas aves enormes voando tão baixo sobre sua cabeça. Simplesmente, é uma coisa incrível, a partir daí descobrir que tem coisas que não é possível passar através das fotografias. Foi uma das sensações mais gostosas que já tive em toda viagem.

Agora é hora de fazermos uma visita a Puno, mais uma cidadezinha peruana com toques coloniais. Em Puno nossa intenção era conhecer o lago Titicaca, o lago navegável  mais alto e maior do mundo e onde também existem as ilhas flutuantes. O lago esta dividido entre Peru e Bolívia, onde 60% pertencem a Peru, os quais os peruanos dizem que é a parte Titi e os outros 40% a Bolívia que seria o "kaka", só que traduzindo "kaka" para português seria bosta. Isso é só uma divisão humorada peruana. As ilhas foram mais um dos lugares no peru que me deixaram fascinadas.
Para quem nunca escutou falar, as ilhas flutuantes são construídas em cima de muitos blocos feitos de plantas, uma espécie de palha. São montados 28 blocos de palha que são colocados um em cima do outro e logo em seguida são construídas as casas e barcos também de palha.
Os habitantes das ilhas são muito receptíveis, as mulheres são as mais coloridas que já vi. Muitos vivem baseados na subsistência e há pouco tempo que começaram a ter lucros com o turismo.




Gastronomia peruana

A região sul do Peru os costumes são mais diferentes, por toda parte encontramos pessoas mastigando folhas de coca, é isso mesmo, não se surpreenda, é completamente legal o uso da FOLHA, já que elas ajudam a combater os sintomas de mal-estar por conta da altura,  algumas vezes tivemos que fazer uso de umas folhinhas para facilitar a vida nas alturas. Juro que não me tornaria uma usuária assídua porque o sabor é horrível, mas nos ajudou bastante. As comidas por ai também são bem exóticas, lá se come alpaca, (é um animal semelhante a lama) a carne tem uma sabor parecido a carne de codorna, entre as iguarias gastronômicas tem um animal muito parecido com um rato é uma espécie de ratão, já sobre esse não posso relatar muito porque não tive coragem de provar.
Para matar a sede tem um suco feito de milho mas, não é qualquer milho, é um milho roxo, o  sabor não é lá essas coisas e ainda tem o refrigerante incacola, bom se no maranhão tem o refrigerante jesus porque aqui não poderia ter o inca.