8 de mai. de 2009

Venezuela, terra do Chávez.


Os vinte dias em Barbados foram suficientes para visitar uma ilhazinha de muitos poucos metros quadrados, por isso resolvemos colocar as mochilas nas costas com antecedência do esperado e assim partimos pra Trinidade e Tobago, sem muita pretensão de permanecer muito tempo, mas o país foi nossa porta de entrada pra os países suldamericanos. Portanto não temos muitos relatos sobre este país principalmente que os dois dias que ficamos não fazia muito bom tempo, o que nos impedio de conhecer melhor o lugar. Aparentemente o país não era muito diferente do nosso destino anterior só que em proporção maior.
O país estava em festa, quer dizer preparando a festa pra a recepção do digníssimo presidente dos Estados Unidos, que junto a ele levaria muitos outros presidentes, mas a grande sensação era
Obama. Vimos muitos carros coletivos com muitas fotos do presidente americano, pessoas com camisas com nome do tão esperado presidente americano, que é considerado quase um salvador da pátria. Isso logo me levou a crer que já que o país é predominante negro, para muito Obama é uma espécie de herói.

No dia seguinte embarcamos num Ferri em direção a Venezuela, a viagem foi curta, de apenas três horas, mas foi agradável e com vistas maravilhosas. Apareceram até golfinhos fazendo show para a tripulação, pena que foi muito rápido e não deu tempo registrar esse momento com nossas lentes.


Passar na fronteira foi fácil a policia estava simpática com os dólares ambulantes que acabavam de chegavam ao país. Uma vez em terras tinhamos que pegar um taxi para alguma cidade mais próxima a qual podessemos pegar um ônibus para Puerto Ordaz, já que geralmente cidade de forteiras não tem muitas coisas a oferecer. Puerto Ordaz seria nosso primeiro destino. em terras venezuelanas. Depois de negociar o preço do taxi, principalmente que chegamos em plena semana santa e na Venezuela os feriados são motivos para tudo ficar mais caro principalmente transportes.

No começo fiquei um tanto que assustada com a quantidade de policia na estrada, nunca tinha visto tanta policia em uma mesma estrada, o pior ainda é que muitos dos policiais tinham cara de meninos segurando armas enormes.


O motorista resolveu tomar algumas cervejinhas em quanto dirigia, ele fazia questão de colocar o braço para fora do carro exibindo sua cerveja aos policiais, que nada fizeram. Era como se fosse normal beber e dirigir, e quando me dei conta disso ja estava apovorada com a situação, principalmente depois e sair do Brasil com toda a pressão do tolerância zero de álcool.
O transito é um caos, a preferência e de quem avançar primeiro, ou seja do mais forte.

Sobre esse tipo de acontecimentos na Venezuela existem muitas divergências, principalmente levando-se em conta a política. Aqui ou você é chavista (a favor) ou você é completamente contra o governo autoritarista, e ainda tem os que se dizem cansados da política do país,

Para os chavistas, beber e dirigir e sinal de liberdade, e para os anti-chavistas tudo isso é sinal de desordem.


Bom agora vamos parar de falar mal do país porque lá tem muitas coisas boas também.

É surpreendente em belezas naturais. Ficamos admirados que em plena cidade industrializada você pode encontrar preciosos parques naturais.

Na Venezuela passamos por experiências maravilhosas, algumas um tanto sofridas, porém, acredito que ira marcar pra sempre. A nossa primeira aventura no país foi a nossa tão esperada visita a tribos indígenas que vivem as margens do rio Caura.


No começo muita expectativa. Viajamos pra o povoado de Maripá por indicação de alguns amigos, onde lá poderíamos pegar uma lancha até as aldeias. Hummm, vale ressaltar que o transporte público é um caos, portanto muito cuidado nessa hora, os cobradores dos ônibus são especialistas em "passar a perna" nas pessoas e se for turista então! Boa sorte meu bem. Ai vai só uma de nossas experiências em “passar a perna” ou em “ser passado a perna”, antes de subirmos no ônibus rumo a Maripá perguntamos ao cobrador quanto custava a passagem e ele disse que era 20 mil bolivares cada, ótimo, na hora de pagar entregamos uma nota de 50 mil bolivares, e o cobrador foi embora, depois de um tempo sem receber o troco chamamos por ele e perguntamos sobre o troco, a resposta dele foi: “eu não disse a vocês que por conta do feriado hoje é mais caro?” Deixamos pra lá afim de evitar problemas.

Chegando a Maripá tínhamos que procurar alguém que nos levássemos até a aldeia. Conversamos com um índio chamado Bori, que falava um pouquinho espanhol e embarcamos em sua canoa, a viagem seria de duração de 7 horas, mas por algum motivo nossa canoa era a mais lenta de todas do rio e às 7 horas se transformaram em 18 horas. “O barato que saiu caro”.


A viagem teve que ser dividida em duas, primeiro fizemos 9 horas e paramos pra dormir em nossa primeira aldeia, Fortuna. Passamos cinco dias dormindo em rede ao relento, ninados por vários ruídos de animais estranhos, cinco dias comendo macarrão com atum e sopa instantânea, nossos pratos eram as garrafas vazias de água mineral cortada ao meio, banheiro? Nem pensar, ai já é querer de mais, nossos banhos eram no rio e para suas necessitas mais intimas tem que adentrar na mata.


No dia seguinte fomos em direção a Playon mais uma aldeia indígena um pouco mais turística, e viajamos mais 9 horas, chegando lá os únicos turistas éramos-nos, pra completar peguei uma leve insolação que me rendeu muita dor no corpo, dor de cabeça e um calor desesperador.


Tirando todo essas situações pouco comum em uma vida na civilização, os índios eram pessoas muito amáveis, na verdade pouco expressivos, mas da forma deles tentavam nos agradar e tentavam ser simpáticos. Para alguns nós éramos seres estranhos vindos de outro planeta, principalmente entre as crianças.


O estilo de vida indígena das aldeias que conhecemos era de subsistências, plantavam muita macaxeira e todos os dias iam pescar e caçar. Tudo produzido era dividido entre a comunidade.

As margens do rio têm uma grande variedade de verde, muito rico em fauna e flora.

Por fim temos que dizer, que com certeza jamais iremos esquecer os 5 dias que passamos nestas aldeias, foram momentos de muito apredizado e amadurecimento.


Choroni. "Terra do melhor cacao do mundo".


Ainda em terras venezuelanas agora nosso destino é Choroni. Uma cidadezinha, com um toque da arquitetura colonial, um tanto que turística, na sua maioria colombianos. Ainda em mar caribenho, Choroni tem muitas praias, algumas que só é possível chegar a barco, por sinal muito bonitas. De lá pegamos algumas vezes barcos pra visitar praias vizinhas.



Fomos a Chuao onde dizem que tem o melhor cacao do mundo, que muitos chefes de cozinha renomados vão pessoalmente escolher a matéria prima de suas maravilhas.


No dia seguinte fomos visitar Cuyagua que é conhecida por suas boas ondas para o surf. Nossa idéia era passar somente o dia. Quando chegou o fim da tarde fomos esperar algum barco que nos levasse de volta a choroni, mas o tal barco não apareceu. Então fomos obrigados a dormir por lá mesmo por sorte os venezuelanos tem o costume de acampar e nesta praia era possivel alugarmos uma barraca para que podessemos passar a noite, e no dia seguinte procurar uma maneira de sair desse lugar.



Agora por último, mas não menos importante, temos que agradecer a nosso amigo Orlando, que durante esse tempo que estivemos na Venezuela nos emprestou sua família maravilhosa, a qual também aprendemos muito com eles durante o tempo que ficamos por lá. Obrigada dona Tâmara, seu Heber e Juliana, vocês foram maravilhosos. E agora esperamos vocês ano que vem na Taíba